quarta-feira, 19 de março de 2008

Ontem fará o meu amanhã

Quando eu ia ser pai há 30 anos, eu tinha a saudável experiência de convivência com o meu muito saudoso pai de quem fui companheiro de trabalho no sítio e na loja, bondoso e presente, autodidata, meu ídolo, eu já tinha comprado uma boa casa e a mobiliado, mas eu não tinha a formação "técnica" sobre como um pai deve proceder.

Na mesma época, eu que já havia recebido a seguinte orientação em consultório de um ótimo psiquiatra, o Dr. Lusitano, a quem procurei uma única vez, por sugestão de minha excelente mãe e minha vontade de saber a sua opinião profissional sobre alguns conceitos meus que embora naturais eram criticados por familiares: "Luiz Fernando, você vai sair daqui e não precisa mais voltar (ele iria morrer de câncer nos ossos e ambos já sabíamos), mas vai sair com o único propósito de controlar sua autocrítica antes que ela o elimine".
Eu tinha o TOC de me preocupar sempre com meus procedimentos, de saber se tinha fechado direito uma torneira, uma porta ou janela, se tinha passado por algum conhecido sem o cumprimentar, se tinha sido gentil o suficiente...

Principalmente sempre procurava meus erros cometidos no dia anterior e os reparar.

Retornando, quando estava prestes a ser pai, eu percebi também que alem de não ter a formação para entender como educar corretamente um filho, eu não mais via erros nos meus atos e então me preocupei: Se não vejo os meus erros no passado recente, não estou mais evoluindo.

Isto posto, passei a estudar "Análise Transacional" e me encontrei. Voltei a perceber e corrigir meus erros e me achei pronto para ser pai e que esta seria a minha missão principal.

Esta é a idéia que quero repassar como importante.

Concluindo, como assim fecharia o mestre Machado de Assis, o mundo mudou, a sociedade mudou, as uniões conjugais já não eram mais pelo amor responsável que se esperava, o casamento ainda que recente já estava intolerável, nasceu meu maravilhoso filho e fui transferido para um exílio (não falo na farsa de exílio na Sorbonne) com vencimentos reduzidos à metade. Voltava em todos finais de semana, logo fui agredido fisicamente ao chegar "por ter comprado um óculos novo", acabou o casamento e a família, resultando na separação com todas as conseqüências que isto representa para o pai e filhos: perdi minha casa, o convívio com filhos, pagar pensão alimentícia sempre com solicitações de aumentos e de prisão por não pagamento (a pensão era descontada em folha da mesma empresa), filhos escondidos, enfim, meus estudos específicos não tiveram êxito, etc.. Tem muita mulher que está acabando com casamentos para brincar de viver com a pensão e preferencialmente com a mãe e isto precisaria ser revisto.

A transferência e redução do salário partiram da administração do governador Maluf, na pessoa do seu não saudoso sócio Chafic Jacob, que depois de demitir todos que trabalharam comigo, nomeou uma comissão de sua confiança para analisar minha atuação, que - mesmo com vontade de agradá-lo e sob pressão - concluiu que as obras importantes que me foram delegadas totalmente por resolução do Diretor Presidente anterior (581/77) (por recusa do diretor "competente" Sr. Oliver) custaram exatamente a metade do que se fossem executadas pelos contratos paralelos de responsabilidade do tal diretor.

Luiz Fernando Pegorer


  • Religião é a filha da esperança e medo, explicando para ignorância a natureza do desconhecido.(Ambrose Bierce) .
  • Duvidar de tudo ou crer em tudo. São duas soluções igualmente cômodas, que nos dispensam, ambas de refletir! (Henri Paincore) .
  • A compreensão não é obra de cultura nem de raciocínio, mas um amadurecimento que se alcança por evolução. (Pietro Ubaldi).
  • A maioria consiste de tolos, tolos absolutos. Fique alerta da maioria. Se muitas pessoas estão seguindo alguma coisa, isto é prova suficiente de que é uma coisa errada. A verdade acontece aos indivíduos, não as multidões.(Osho)
  • Os que me falam de religião querem meu dinheiro, que não é muito, ou a minha liberdade que é inegociável. (Pierre Joseph Proudhon).
  • A vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul, se for jogada uma bola verde, ela voltará verde, se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca, se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca jogue uma bola na vida de forma que você não esteja pronto a recebê-la. (Einstein).

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Fernando,
Os "pré-conceitos" são tão burros quanto a unanimidade. Se uma pessoa acredita, por exemplo, que Lúcifer é o "Anjo Mau que contrariou o poder Divino...bla...bla...bla..." certamente não irá freqüentar, e menos ainda, entender a proposta do grupo a_luz_de_lucifer. E pelas citações de rodapé do mesmo, para quem não tem preconceitos, dá muita vontade de participar.
Em relação aos percauços que enfrentamos no decurso desta breve caminhada planetária, só me resta a esperança da continuidade eterna de uma jornada de aprimoramento moral e espiritual.
Gosto de ler seus textos.