sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

NATAL DE 2008 - O DOLOROSO PRIMEIRO SEM A MINHA AMADA MAMÃE


Estou voltando: Natal de 2008
(FOTO DE MINHA MÃE COM MEUS FILHOS E NETO EM NATAL ANTERIOR)

Ainda em grave depressão eu volto a escrever.
Assisti um antigo filme que está sempre na TV
nos Natais:
"A Felicidade Não se Compra" de Frank Capra, com James Stewart e Donna Reed.
De drama para comédia romântica um rapaz idealista e com grande censo ético e comunitário herdado de seu pai, que também financiava boas residências para famílias de classe pobre que assim podiam deixar a favela. Jimmy abandonou sua carreira para assumir a firma com a morte de seu pai, que sempre teve problemas com um agiota que foi rapidamente adquirindo toda a cidade inclusive o banco. Considerava a pequena empresa da família de Jimmy um obstáculo a ser esmagado. Jimmy tinha se casado com a sua melhor amiga (apaixonadinha) de infância, quando por um descuido do tio de Jimmy ao depositar uma grande quantia em dinheiro acaba perdendo tudo para o banqueiro já idoso e sempre malfeitor que se apropriou (roubou) do dinheiro levando a firma de Jimmy à falência e ele a optar pelo suicídio. Acontece que os anjos já estavam acostumados a prestar "socorros de urgência" à família e o anjo o dissuadiu da idéia.
O fato é que a fiscalização comercial já estava com mandado de prisão para ele na sua residência.
O anjo o havia deixado ao lado do rio onde pretendia se jogar quando foi encontrado por um policial amigo que o levou para casa. Lá encontrou o pessoal da fiscalização, mas subiu procurando os filhos que beijou e abraçou um por um e a esposa que tinha saído para pedir socorro para a situação da firma do marido. Era Natal !
De repente milhares de pessoas foram chegando e deixando vultuosas contribuições em espécie. O movimento era tão solidário, animado que até os fiscais contribuíram com pouco.
Esta solidariedade existia na época dos filmes BP como este. Lembro-me da minha cidade quando um jovem casal (Clayton) teve a casa incendiada. A sociedade se mobilizou. O bom Clayton recebeu tanto dinheiro que construiu no terreno uma casa mais bonita, maior e muito melhor que a anterior. Isto acontecia e muito, pelo calor humano. Que saudade da solidariedade, da amizade e do gene do bom caráter que a cada dia por uma seleção natural (não boa) de espécies (Darwin) está sendo exterminado pelo Gene do mau caráter.
Voltando aos filmes, gostei muito de um outro filme que assisti há décadas também, mas já era colorido: Dersú Uzalá. A história de uma equipe chefiada por um oficial de engenharia russo que fazia um levantamento topográfico de uma imensa região de floresta. Uma noite acampados em volta de uma fogueira em uma pequena clareira, os russos foram surpreendidos por um homem da floresta, o Dersú. Alguns queriam atirar e foram contidos pelo engenheiro, que deixou o homem se aproximar e partilhar da comida. O solitário homem ficou e ambos foram aprendendo a se comunicarem. Logo o engenheiro estava surpreso pelos conhecimentos da região, da natureza dos grandes ursos e felinos da floresta e de como vencer os obstáculos. Finalmente se despediram e o grupo voltou para Moscou.
Uma década depois o mesmo engenheiro teve que voltar ao local e queria muito encontrar o novo amigo, o que aconteceu. Mas Dersú estava então idoso, com a vista fraca e o engenheiro temendo por sua vida o convidou para morar em sua casa em Moscou. Dersú foi, mas não se adaptou com as regras da civilização, animais presos, árvores apenas em praças e demonstrou sua vontade de voltar à sua região. O engenheiro muito triste, mas pressionado também pela mulher, propôs ao Dersú que sendo uma decisão definitiva, que pelo menos ele deixasse sua velha espingarda de carregar pelo cano e levasse seu fuzil automático com mira telescópica e com capacidade para vasta munição. O ensinou a olhar na mira e a recarregar e atirar e viu com muita tristeza o Dersú partir para a "perigosa" floresta.
Dois dias depois seu grupo encontrou um homem caído cujo assassinato foi cometido por dois bandidos que confessaram o crime, presos com a arma registrada em seu nome.
Dersú Uzalá, um homem de amplos conhecimentos e elevado caráter, acostumado a viver na floresta com todos seres selvagens, foi descartado ainda na capital, para lhe tomarem um fuzil.

No Natal passado eu estava com minha mãe. Infelizmente este conforto não me será mais possível. Reavaliando hoje os comentários naquele Natal 2007 e depois, as circunstâncias de sua morte, e ainda pior - as ligações e ameaças que recebi logo depois:

1) Eu, minha esposa e meu filho,
aguardávamos no hospital à espera
da mamãe retornar de seu coma decorrente
da criminosa aplicação do contraste e a
conseqüente IRA=Infecção Renal Aguda.
Minha irmã gritando na sala de espera da
CTI do hospital para quem quisesse ouvir que:
"já que eu queria que ela vivesse que eu
cuidasse dela se ela sobrevivesse", no
que assustado obviamente concordei.
Era mesmo um prazer estar com mamãe e eu
e minha família teríamos prazer com ela
morando conosco.

2)No dia do nosso retorno, horas antes do
ônibus, o nosso pneumologista a examinou
e com vistas aos dados registrados nos
aparelhos nos garantiu que poderíamos
viajar tranqüilos que o estado dela não
era de óbito.

3)Entretanto, ao chegarmos em
Santos(600km) um telefonema
nos informou da sua morte.

4) No trigésimo dia do falecimento de mamãe,
após a missa de um mês, recebi a ligação do
marido da sua primogênita, Sr.Virmon, falando
em nome "da família", que se reuniu para a
segunda parte do crime: a de me excluir da
partilha dos bens já tendo saqueado as jóias,
cristais e todos bens de valor, criticando este
blogger por citar o crime de morte do hospital,
naturalmente em cumplicidade c/eles.

5)Não abriram inventário, sacaram os valores em espécie com cartão e a senha conhecida da falecida enquanto se apropriaram dos bens de valor (papai foi proprietário de uma joalheria e casa de cristais e porcelanas finas).
Discursou ao telefone sem nenhuma sintonia com o que eu respondia em uma clara ligação sem viva-voz e ele como chefe em reunião do bando.
Tanto que ao negar lhe enviar uma procuração de plenos poderes para

VENDER a casa que já há 52 anos está registrada como 1/4 minha,

ele me ameaçou fisicamente:
"em que ele, o outro cunhado e meu irmão..."; sem se aperceber que genro não tem direito a voz para discutir os bens adquiridos pelos sogros... Mais uma que meu
amado pai tinha razão em sua sabedoria!