Democracia - a juíza na passarela de 2008

Vivemos um mundo democrático..
... Desde que nossos passos e palavras agradem à CIA.

Antes era o comunismo, todo mundo que falava "diferente", normalmente honesto e queria acabar com a miséria imposta, era comunista e "pau nele".

O comunismo acabou. A URSS perdeu tudo o que tinha defendendo o governo democrático do Afeganistão dos EUA. Nota: o governo de então incentivava as crianças e mulheres a freqüentarem as escolas, etc. Como sempre, os EUA usaram a malícia e pagaram, ensinaram armas traiçoeiras à Alkaida de Bin Laden que domina as grutas do país e queria transformar o governo em muçulmano e conseguiu com o apoio dos EUA.

Piorou, agora podemos ser rotulados de "terroristas", principalmente se obedecermos as ordens de não desenvolvermos a bomba atômica.

A ONU verificou o Iraque e não achou nada que os EUA tinham deixado lá quando também usou o Iraque para abater o Irã. O Saddam foi bonzinho com a ONU, cumpriu e foi enforcado.

Agora os EUA voltam seus canhões para o Irã, por acaso todos grandes produtores do petróleo que a CIA diz que as reservas mundiais vão acabar em 40 anos e quer para si.

A Coréia do Norte mandou a ONU pastar, produziu a bomba e os corajosos "boinas verdes", ou melhor, os mercenários pagos por eles, não foram enviados para lá. Ninguém se mete nem mesmo com a Índia e o Paquistão, que embora miseráveis, também possuem a bomba. Então, cuidado com a ONU, pois se ela aparecer e não achar nada aqui poderá invadir o Brasil, rotulando-o de terrorista.

Voltou também o rótulo de nazista, fascista, racista.
Muammar Qadafi (Líbia) errou feio ao definir a democracia como "a ditadura da maioria".

A Viradouro preparou seus carros alegóricos com o tema da segunda guerra mundial descendo o pau no Hitler. Mas a "minoria" judaica não gostou dos carros por mostrar o suposto holocausto e ainda um Hitler na passarela. A juíza Stein não teve dúvidas e proibiu o desfile em nome da defesa das minorias (existem 6 milhões de judeus só em New York).
O organizador do desfile, que se apresentou chorando de sair lágrimas (isto é raro na TV), pois ele achava que estava mais uma vez criticando o Hitler, o que deveria agradar os donos da democracia, decidiu então montar às pressas um desfile sobre, exatamente A LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Não quero me demorar no meu (reconheço) velho discurso de que o brigadeiro brasileiro que tão bem comandou as forças aéreas brasileiras na segunda guerra afirma em documentário que "aquilo foi tudo coisa do cinema estadunidense" (troquei americano por estadunidense eis que também me considero americano...do sul, mas americano). Nem vou repetir as evidências de que a cena de Armstrong descendo a escada da nave (quem filmou se ele foi o primeiro ?) foi também cinema.

Mas a ênfase está mesmo na liberdade de expressão.
Sobre Hitler, ele é lembrado hoje como Saddam será lembrado amanhã: um monstro.

Mas a pequena Coréia, ninguém toca, porque ela não atendeu a ONU, só por isto.

Agora, voltemos às piadas contra argentinos (a CIA inventa umas ótimas), contra o Lula (a PF agiu pela primeira vez desde que foi criada) e estou perdendo o Big Brother da TV a cabo.

Boa noite

Fernando Pegorer